Paris, 1 mar (Prensa Latina) A ajuda dos doadores para a educação se canaliza a cada vez mais através de operações relacionadas com estratégias militares, alerta um relatório publicado hoje pela UNESCO que aponta os Estados Unidos como país líder.
Esta nova tendência apaga a linha divisória entre a assistência e a segurança, rebaixa a prioridade de financiar o ensino e agrava o risco de que escolas, docentes, alunos e trabalhadores da ajuda sejam objeto de ataques armados.
Muitos países, sobretudo Estados Unidos, mas também Austrália, Canadá, Holanda e Grã-Bretanha, têm adotado as "3D" que consiste em fusionar todas as ações relacionadas com a ajuda ao desenvolvimento, a diplomacia e defesa, ressalta o documento.
O Relatório de Seguimento da Educação para Todos(EPT) no Mundo 2011, uma publicação anual independente dirigida nesta ocasião por Kevin Watkins acrescenta que o uso do dinheiro como arma é uma das estratégias.
"Poucos doadores são tão explícitos como Estados Unidos ao apresentar a assistência como parte de um esforço por suscitar lealdades políticas, se ganhando o coração e a mente das populações no marco de uma estratégia contra a insurreição".
Uma quantidade a cada vez maior da ajuda norte-americana está-se canalizando atualmente por conduto das seções de defesa e diplomacia dos organismos "3D" estabelecidos na cada país.
Assim, a proporção da assistência administrada pelo Departamento de Defesa desse país passou de 3,5 por cento em 1998 a um 22 por cento em 2006, enquanto a proporção do Organismo para o Desenvolvimento Internacional (USAID) diminuiu.
No relatório, titulado Uma crise encoberta: conflitos armados e educação, previne que a ajuda se está desviando para os Estados da "primeira linha". Afeganistão, Iraque e Paquistão, considerados prioritários de um ponto de vista "estratégico".
A prestação outorgada a Afeganistão para a educação básica multiplicou-se por mais de cinco no último lustro, enquanto a dispensada a países como o Chade ou a República Centro-africana se estancou ou aumentou lentamente e na Costa do Marfim diminuiu.
O texto de seguimento da EPT adverte que com a estratégia das "3D"Âá a redução da pobreza poderia passar a um segundo plano pois é muito provável que os argumentos de segurança nacional eclipsem quase sempre as demais prioridades.
No alerta lançado ressalta-se que apesar dos progressos registrados em matéria de aprendizagem se distará muito de atingir os seis objetivos subscritos por 160 países em Dacar no ano 2000.
Uma das causas fundamentais deste fracasso são os conflitos armados que açoitam muitas partes do mundo, sobretudo nações pobres onde 28 milhões de crianças em idade primária estão sem escolarização.
O sistema de ajuda humanitária não está satisfazendo as necessidades educativas destes infantes. É preciso que os doadores desmilitarizem a ajuda, insiste o escrito. Assim, faz um apelo aos governos a mostrar-se mais resolvidos à hora de lutar contra a cultura de impunidade reinante, a qual permite que colegiais e escolas sejam objeto de ataques armados.
Esta nova tendência apaga a linha divisória entre a assistência e a segurança, rebaixa a prioridade de financiar o ensino e agrava o risco de que escolas, docentes, alunos e trabalhadores da ajuda sejam objeto de ataques armados.
Muitos países, sobretudo Estados Unidos, mas também Austrália, Canadá, Holanda e Grã-Bretanha, têm adotado as "3D" que consiste em fusionar todas as ações relacionadas com a ajuda ao desenvolvimento, a diplomacia e defesa, ressalta o documento.
O Relatório de Seguimento da Educação para Todos(EPT) no Mundo 2011, uma publicação anual independente dirigida nesta ocasião por Kevin Watkins acrescenta que o uso do dinheiro como arma é uma das estratégias.
"Poucos doadores são tão explícitos como Estados Unidos ao apresentar a assistência como parte de um esforço por suscitar lealdades políticas, se ganhando o coração e a mente das populações no marco de uma estratégia contra a insurreição".
Uma quantidade a cada vez maior da ajuda norte-americana está-se canalizando atualmente por conduto das seções de defesa e diplomacia dos organismos "3D" estabelecidos na cada país.
Assim, a proporção da assistência administrada pelo Departamento de Defesa desse país passou de 3,5 por cento em 1998 a um 22 por cento em 2006, enquanto a proporção do Organismo para o Desenvolvimento Internacional (USAID) diminuiu.
No relatório, titulado Uma crise encoberta: conflitos armados e educação, previne que a ajuda se está desviando para os Estados da "primeira linha". Afeganistão, Iraque e Paquistão, considerados prioritários de um ponto de vista "estratégico".
A prestação outorgada a Afeganistão para a educação básica multiplicou-se por mais de cinco no último lustro, enquanto a dispensada a países como o Chade ou a República Centro-africana se estancou ou aumentou lentamente e na Costa do Marfim diminuiu.
O texto de seguimento da EPT adverte que com a estratégia das "3D"Âá a redução da pobreza poderia passar a um segundo plano pois é muito provável que os argumentos de segurança nacional eclipsem quase sempre as demais prioridades.
No alerta lançado ressalta-se que apesar dos progressos registrados em matéria de aprendizagem se distará muito de atingir os seis objetivos subscritos por 160 países em Dacar no ano 2000.
Uma das causas fundamentais deste fracasso são os conflitos armados que açoitam muitas partes do mundo, sobretudo nações pobres onde 28 milhões de crianças em idade primária estão sem escolarização.
O sistema de ajuda humanitária não está satisfazendo as necessidades educativas destes infantes. É preciso que os doadores desmilitarizem a ajuda, insiste o escrito. Assim, faz um apelo aos governos a mostrar-se mais resolvidos à hora de lutar contra a cultura de impunidade reinante, a qual permite que colegiais e escolas sejam objeto de ataques armados.
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