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Tamanho não é documento: o dilema de quem contrata uma agência de comunicação

*Por: Cristiane Moraes

Encontrar uma agência "para chamar de sua", dividindo as angústias e anseios da sua empresa, marca ou produto no que tange à estratégia de comunicação com o seu público-alvo, nem sempre é uma tarefa simples. As dúvidas, assim como as possibilidades, são muitas e um dos questionamentos mais comuns que sempre vemos de clientes no mercado é como identificar, entre as grandes e pequenas, aquela agência de comunicação que poderá, no fim do dia, gerar valor, confiança e construir a reputação desejada.

Há quem defenda que tamanho não é documento nessa decisão, mas a verdade é que uma escolha equivocada pode minar o crescimento do seu negócio, resultar em perda de tempo e dinheiro, além de causar muita dor de cabeça.

Então como saber o tamanho ideal para as suas necessidades? Antes de mais nada, você precisa desconstruir alguns mitos relacionados às agências de comunicação que habitam o nosso imaginário, e o primeiro deles é a crença de que só as agências grandes podem entregar resultados mais robustos aos seus clientes. Isso não é verdade!

O porte da agência de comunicação, assessoria de imprensa ou relações públicas (PR) não é fator determinante para o sucesso da sua estratégia de comunicação. Isso porque o relacionamento com a imprensa e influenciadores não está atrelado ao tamanho da equipe, mas sim à criatividade para desenvolver pautas, a consistência dos contatos e, principalmente, a qualidade e relevância das informações, entre outros fatores que fazem do atendimento dentro de uma agência (independente do tamanho) um diferencial no negócio do cliente.

Em geral, são profissionais formados pelas mesmas universidades, com experiências e vivências semelhantes que atuam tanto nas pequenas, quanto nas grandes agências. O ideal, neste caso, é verificar qual a expertise da agência e as competências dos profissionais que poderão lhe atender. Quando o assunto é comunicação, estes são pontos que podem impulsionar ou atravancar a sua estratégia.

Outro conceito equivocado e muito comum é a ideia de que as agências grandes podem oferecer mais soluções e suporte para seus clientes. Na prática, acontece o contrário: nas agências menores, todos os clientes são fundamentais para a sustentabilidade do negócio e, por isso, esses clientes encontram profissionais dedicados a tirar o plano de comunicação do papel e entregar resultados personalizados.

Mas independente do porte, serviços e horas contratadas, nenhuma equipe faz milagre quando os ruídos de comunicação não estão apenas com o público externo das empresas, mas habitam principalmente os processos internos de governança.

A palavra de ordem é engajamento e, para essa parceria dar certo, todos precisam estar na mesma página e direcionados para o mesmo alvo, tanto o atendimento na agência, quanto a interface e, principalmente, o líder da empresa. É preciso tempo e dedicação de todos para colher resultados.

A dica para não "bater cabeça" e fazer contratações mais assertivas é não balizar escolhas apenas pela apresentação dos times comerciais das agências. O importante é identificar: qual a expertise que aquela agência tem no segmento do seu negócio; a quantidade de horas ou disponibilidade de profissionais estão sendo contratadas; e se a sua interface está capacitada e tem liberdade para trabalhar a comunicação da sua empresa.

Respondendo a essas perguntas você irá perceber que é possível gastar menos ou melhor os recursos destinados à contratação de agências de comunicação, alinhando as suas capacidades internas e demandas de marketing à uma equipe que realmente poderá vestir a camisa da sua empresa. Se você ainda não tem sua agência, saiba que o investimento nela ainda é pequeno perto da exposição de mídia que você pode conquistar, se tiver conteúdo e entender a importância da reputação para uma marca.

* Cristiane Moraes é jornalista, professora de comunicação e escritora. Fundadora da CM Comunicação Corporativa. http://www.crismoraes.com.br

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