Pular para o conteúdo principal

Implantação da tecnologia 5G no Brasil vai ficar para 2021

O adiamento definido pelo governo vai representar uma defasagem em relação a outros países. Foto: Pixabay
O adiamento definido pelo governo vai representar uma defasagem em relação a outros países. Foto: Pixabay

Carlos Teixeira
Editor I Radar do Futuro

A tecnologia 5G, que possibilita novos saltos da inovação graças ao aumento da velocidade de acesso e troca de dados e informações pela internet, só deve começar a ser implementada em 2022. A confirmação do cronograma de atualização foi feita pelo ministro Marcos Pontes, da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação. Em entrevista para o jornal Folha de S. Paulo, ele destacou que o leilão de seleção das empresas que vão operar a tecnologia no Brasil só deve ser realizado em 2021.

A informação representa mais um mau sinal para o futuro do País, que já passa, hoje, por cortes de recursos para pesquisas e um processo contínuo de desindustrialização. O adiamento da adoção da tecnologia 5G, que depois de implementada permitirá que a conexão da internet sem fio seja dez vezes mais rápida do que o padrão atual 4G, reforça a perspectiva de atraso em relação a outros países, onde a inovação já tende a se expandir como alternativa de mercado já neste ano.

O padrão 5G já faz parte da realidade de diversos países. Estados Unidos, Coreia do Sul, China, Japão e Suíça são alguns dos exemplos de lugares os usuários de internet já são beneficiados pelo aumento de velocidade de acesso à rede. Em 2019, já se previa que, nos EUA, o número de conexões a redes 5G chegaria a 12% dos smartphones.

Expectativas globais

O adiamento da implementação das redes de quinta geração não diz respeito exclusivamente a uma questão de favorecimento ao usuário comum de smartphones e outros meios de comunicação. Significa, de verdade, o atraso na infraestrutura que possibilita o desenvolvimento e o acesso a novos produtos e serviços, desde a internet das coisas embutida em cidades e casas inteligentes até a medicina e a educação a distância. O brasileiro vai assistir à distância o cenário de inovações desembarcando em outras regiões desenvolvidas do planeta.

Maior evento de tecnologia do mundo, realizado entre os dias 7 e 11 de janeiro nos Estados Unidos, a CES 2020 teve a tecnologia 5G e a conectividade móvel como um de seus temas centrais. Parte considerável dos produtos lançados durante o evento, como novos smartphones, carros conectados, assistentes virtuais e sistemas de monitoramento de saúde passam pela adoção de recursos de acesso à mais veloz à internet.

Antes, no final de 2019, os tradicionais relatórios sobre expectativas para 2020 já tinham eleito a quinta geração da internet como uma das principais forças das novas transformações do mercado e da geração de oportunidades de negócios. Por exemplo, realidade virtual e realidade aumentada são duas áreas de inovação que tendem a ser beneficiadas. Em vez de o processamento de gráficos ser feito no dispositivo do usuário, pode ser feito em poderosos centros de dados e depois transmitido.

Gostou do conteúdo?

Clique aqui para assinar a nossa newsletter e receba mais informações do Radar do Futuro.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Como ser um jornalista na internet

Para ser um jornalista online, você precisa conhecer quatro "coisas". Um designer. Um programador de sistemas. Uma empresa capaz de valorizar profissionais capacitados e de dar bons empregos para vocês três. E o mais importante: saber muito sobre comunicação e marketing e um pouco sobre design e tecnologia. Esta deve - ou deveria - ser a resposta padrão para pergunta freqüente feita por jornalistas, novos e antigos, interessados em atuar no novo mercado criado pela internet. Muitos deles imaginam que as portas digitais serão abertas por algum curso sobre as inúmeras tecnologias desenvolvidas para o desenho e gerenciamento de sites. "Tenho muita vontade de atuar em jornalismo na internet, e estou fazendo um curso de Dreamweaver", anunciam os abnegados candidatos a emprego minimamente digno nesta praia de muitas ondas nem sempre boas para surfar. Outros, constrangidos, contam em segredo: eu queria muito trabalhar na internet, mas não sei nada de informática. Menos imp

Quem matou o jornalista

Zélia Leal Adghirni A mídia não reflete a opinião pública. A sociedade pensa uma coisa e a mídia fala outra. E o pior: muitas vezes seleciona e reproduz só aquilo que coincide com os interesses políticos e econômicos do momento. O alerta foi dado pelo professor e pesquisador americano da Universidade do Colorado, Andrew Calabrese, durante o 29º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom), que reuniu, na semana passada, mais de três mil professores, alunos e pesquisadores em comunicação na Universidade de Brasília em torno do tema Estado e Comunicação. Calabrese fez graves criticas à mídia americana que, segundo ele, exagerou no patriotismo em detrimento da informação após os atentados de 11 de setembro de 2001. De acordo com o professor, o discurso da Casa Branca e da grande mídia passou a ser quase unificado. A mídia quis fazer uma demonstração de patriotismo e solidariedade e acabou abraçando a decisão do governo de invadir o Iraque sem o respaldo da opinião da opinião

Jornalistas serão substituídos por robôs?

Os jornalistas podem - e vão - ser substituídos por robôs?