Vale a pena observar o comportamento da população em relação à campanha da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea). Em ônibus que circulam em Salvador e Porto Alegre, a entidade sugere ao público questionar suas crenças e religiosidade.
Alguns evangélicos e católicos talvez se recusem a embarcar nos veículos que levam o anúncio. "Esse ônibus carrega satanás", dirão, revoltados com o que eles consideram sacrilégio. Sempre há o risco de reações mais exaltadas daqueles que não conseguem ver o mundo além das lentes da religião. Tais pessoas estão no
A campanha não nega o direito à religiosidade, nem tem o objetivo de provocar uma descrença em massa, segundo a entidade. O objetivo é lutar pela igualdade de opinião e pela aceitação na sociedade daqueles que não creem em uma entidade superior. Em um texto publicado na página oficial da associação, a entidade declara que a voz dos ateus precisa ser ouvida para o pleno desenvolvimento de um estado laico e sem preconceitos.
De fato, quem se declara ateu ou demonstra dúvidas encara reações que carregam alto teor explosivo. Há, entre os que participam de cultos e missas, a crença de que o bem é encarnado pela religião, enquanto ateus representam o mal. Aliás, a campanha explora tal questão em um dos anúncios, ao colocar lado a lado Charles Chaplin e Adolf Hitler. Logo abaixo da foto do artista, aparece a frase “Não acredita em Deus”, enquanto na imagem do líder nazista está a frase “Acredita em Deus”, na tentativa de mostrar que nem sempre a religião molda a índole dos seres humanos.
As outras peças trazem frases como “Somos todos ateus com os deuses dos outros”, “A fé não dá respostas. Só impede perguntas” e “Se Deus existe, tudo é permitido”. De acordo com Daniel Sottomaior, representante da Atea, a ideia é expandir a campanha para outras cidades, mas isso só será possível se a entidade conseguir captar mais doações.
No site oficial, a Atea conta que a ideia inicial era veicular a campanha no metrô de São Paulo, para aproveitar a grande visibilidade do meio de transporte. A iniciativa, porém, teria sido recusada pela empresa que opera a comercialização de publicidade no metrô paulistano sob a justificativa de que as regras impedem a veiculação de assuntos polêmicos e de temas de cunho religioso.
Campanha Global
A iniciativa da Atea segue o exemplo de outras entidades de ateus e agnósticos em outros países. Uma primeira campanha do gênero foi lançada no Reino Unido, em 2009, assinada pela British Humanist Association, que conseguiu espalhar, em 800 ônibus e também nos metrôs do País, um cartaz com a "Deus provavelmente não existe. Agora pare de se preocupar e viva sua vida"
Alguns evangélicos e católicos talvez se recusem a embarcar nos veículos que levam o anúncio. "Esse ônibus carrega satanás", dirão, revoltados com o que eles consideram sacrilégio. Sempre há o risco de reações mais exaltadas daqueles que não conseguem ver o mundo além das lentes da religião. Tais pessoas estão no
A campanha não nega o direito à religiosidade, nem tem o objetivo de provocar uma descrença em massa, segundo a entidade. O objetivo é lutar pela igualdade de opinião e pela aceitação na sociedade daqueles que não creem em uma entidade superior. Em um texto publicado na página oficial da associação, a entidade declara que a voz dos ateus precisa ser ouvida para o pleno desenvolvimento de um estado laico e sem preconceitos.
De fato, quem se declara ateu ou demonstra dúvidas encara reações que carregam alto teor explosivo. Há, entre os que participam de cultos e missas, a crença de que o bem é encarnado pela religião, enquanto ateus representam o mal. Aliás, a campanha explora tal questão em um dos anúncios, ao colocar lado a lado Charles Chaplin e Adolf Hitler. Logo abaixo da foto do artista, aparece a frase “Não acredita em Deus”, enquanto na imagem do líder nazista está a frase “Acredita em Deus”, na tentativa de mostrar que nem sempre a religião molda a índole dos seres humanos.
As outras peças trazem frases como “Somos todos ateus com os deuses dos outros”, “A fé não dá respostas. Só impede perguntas” e “Se Deus existe, tudo é permitido”. De acordo com Daniel Sottomaior, representante da Atea, a ideia é expandir a campanha para outras cidades, mas isso só será possível se a entidade conseguir captar mais doações.
No site oficial, a Atea conta que a ideia inicial era veicular a campanha no metrô de São Paulo, para aproveitar a grande visibilidade do meio de transporte. A iniciativa, porém, teria sido recusada pela empresa que opera a comercialização de publicidade no metrô paulistano sob a justificativa de que as regras impedem a veiculação de assuntos polêmicos e de temas de cunho religioso.
Campanha Global
A ação de publicidade foi construída totalmente por ajuda voluntária. Os associados da Atea foram convidados a contribuir com qualquer quantia financeira – desde que o valor fosse terminado em 1 (como R$ 11, R$ 21, R$ 31, por exemplo). Todas essas doações foram destinadas a encomenda e preparação das peças publicitárias nos ônibus. A página na internet da associação (clique aqui) continua arrecadando doações.
O conceito dos anúncios e a criação da identidade visual da campanha foi assinada pela agência Elefantte, localizada na cidade de Montes Claros, em Minas Gerais. Ao todo, foram criadas quatro peças, com frases que questionam a relação entre crença religiosa e bom caráter, por exemplo.
A iniciativa da Atea segue o exemplo de outras entidades de ateus e agnósticos em outros países. Uma primeira campanha do gênero foi lançada no Reino Unido, em 2009, assinada pela British Humanist Association, que conseguiu espalhar, em 800 ônibus e também nos metrôs do País, um cartaz com a "Deus provavelmente não existe. Agora pare de se preocupar e viva sua vida"
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