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O que vem por aí: investimentos, maconha, previsibilidade e mais

Com oferta decrescente de recursos públicos, programs de apoio serão essenciais para o futuro das startups - Foto: Pixabay
Com oferta decrescente de recursos públicos, programs de apoio serão essenciais para o futuro das startups

Carlos Teixeira
Jornalista e Futurista I Radar do Futuro

A oferta de recursos para startups ainda será crescente nos próximos anos como compensação indireta para a ausência de políticas econômicas de longo prazo. Um breve balanço de notícias recentes confirma a tendência, insuficiente, entretanto, para compensar os cortes de despesas discricionárias (não obrigatórias) do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC).

O BNDES lançou um novo programa para o desenvolvimento de startups no dia 5 de julho, o BNDES garagem.  O Sebrae anunciou investimento de R$ 45 milhões por meio de fundos de investimentos. Já a Finep divulgou a liberação de R$ 60 milhões para o seu programa, que se propõe a alavancar startups em fase final de desenvolvimento de produto ou que precisem ganhar escala de produção, com viabilidade comercial comprovada.

Os investimentos em empresas iniciantes de base tecnológica, as startups, no Brasil alcançaram o recorde de US$ 860 milhões em 2017 em relação a 2016. O dado é de um levantamento da Associação Latinoamericana de Private Equity e Venture Capital (Lavca). A entidade projeta a continuidade do aumento dos recursos aplicados em oportunidades de negócios, tendo como forças favoráveis a queda da taxa de juros básica, a Selic, e a consequente migração de recursos da renda fixa para a renda variável.

Diversifique o seu olhar

Sem o mesmo destaque recebido pelas inovações em segmentos da tecnologia da informação, novos materiais são praticamente invisíveis para a sociedade como fontes de oportunidades. Enquanto você lê sobre um novo aplicativo de geração de senhas, a nanotecnologia e nanoengenharia podem ganhar impulso graças ao desenvolvimento de uma inovação gerada por um grupo internacional, com participação de pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Os cientistas conseguiram extrair de um minério de ferro comum um material chamado hemateno, que tem três átomos de espessura. O material pode atuar como fotocatalisador – para dividir a água em hidrogênio e oxigênio – e permitir a geração de energia elétrica a partir de hidrogênio, por exemplo, além de ter diversas outras aplicações. O novo material pode revolucionar a geração de energia solar.

Maconha: redefinições de rumos

O painel consultivo da Food and Drug Administration (FDA), órgão do governo dos Estados Unidos, responsável pelo controle de alimentos e medicamentos, votou por unanimidade a aprovação do Epidiolex, um medicamento de prescrição para epilepsia que tem o CBD como um ingrediente ativo. CBD é a sigla de identificação do canabidiol, um dos princípios ativos da Cannabis sativa, nome científico da maconha. Foi a primeira decisão da FDA desse tipo. A droga será prescrita para aqueles dois anos de idade ou mais que sofrem da síndrome de Lennox-Gastaut ou síndrome de Dravet.

Para pesquisadores norte-americanos, a decisão representa um passo importante na forma como a sociedade lida com a questão. Nos Estados Unidos, nove estados e a capital do país legalizaram a maconha. O Canadá acabou de legalizar o uso recreativo da maconha, que valerá em todo o país a partir de outubro. O Uruguai fez o mesmo em 2013. Holanda – país pioneiro –, Portugal, Espanha e Jamaica já descriminalizaram o consumo da droga. O uso terapêutico e medicinal já é permitido no México, na Colômbia, no Chile, na Argentina e em Israel.

Enquanto a guerra às drogas…

Vinte e um por cento dos adultos em Massachusetts usaram maconha recreativa nos últimos 30 dias, diz um novo  estudo  sobre o uso de maconha recreativa. Essa é uma das mais altas, se não a mais alta, taxa do país. Metade dos jovens de 18 a 25 anos que responderam à pesquisa disseram que fumaram ou injetaram o remédio ou comeram comestíveis com maconha no mês passado.

Automóveis autônomos: rejeição à frente

Empresas de tecnologia e montadoras estão gastando bilhões para conseguir carros autônomos nas estradas. Mas as pessoas realmente não parecem interessados por eles. A avaliação é de um novo estudo do MIT, nos Estados Unidos. O estudo perguntou a quase 3 meil pessoas sobre seu interesse em carros autônomos. Quase metade – 48% – disseram que nunca comprariam um carro que dirigisse sozinho. Os entrevistados disseram que se sentiriam desconfortáveis ​​com a perda de controle sobre o veículo. E não confiam na tecnologia. Eles também não sentem que os carros autônomos são seguros. Na prática, as indústrias não tomam conhecimento sobre os desejos do consumidor.

E as experiências seguem em frente…

A Kroger Co., a maior cadeia de supermercados dos EUA, está se unindo à startup de veículos autônomos da Bay Area, a Nuro, para testar a entrega de mantimentos. As empresas pretendem utilizar veículos rodoviários não tripulados, que podem dirigir-se da mercearia para a casa de um cliente. O piloto começará neste outono em uma loja dos Estados Unidos ainda não revelada.

Vigilância crescente

Câmeras com tecnologia de inteligência artificial ajudarão lojas japonesas a encontrar ladrões de lojas. Ao “ensinar” os atributos comportamentais de um ladrão de lojas para os sistemas inteligentes, a gigante de telecomunicações NTT East do Japão e a empresa de tecnologia Earth Eyes criaram a AI Guardman , uma câmera de segurança inteligente que pode capturar os ladrões no ato. A câmera usa uma tecnologia de código aberto desenvolvida pela Universidade Carnegie Mellon para ler a linguagem corporal dos compradores.

Poder dos bancos

Os bancos não dão trégua na guerra para manter o poder absoluto sobre os mercados. Em síntese, é o tom da matéria do site The Next Web. Em uma reportagem, a publicação denuncia que os senhores das finanças estão espalhando informações erradas sobre criptomoedas disfarçadas de pesquisas. É uma forma de enfrentar a popularidade do blockchain. E há manipulações, claro. O Bank of International Settlements (BIS), com sede na Suíça, publicou um relatório sobre Bitcoin e criptomoedas no início deste junho. O relatório amplamente divulgado era cético em relação à utilidade do Bitcoin como dinheiro e chamou-o de “desastre ambiental”, entre outras coisas.

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