Pular para o conteúdo principal

Receita de insucesso de um projeto de portal (II)

Quando você menos espera, entende por que não é convidado para as reuniões do pessoal da empresa de tecnologia envolvida na implantação do projeto do portal da corporação onde você atua, como gerente júnior do portal. Mesmo que você estivesse na lista do messenger deles, não seria chamado sequer para solenidades de colação de grau de um dos membros da equipe. Ao contrário, tudo que você fala ou faz é recebido no mais absoluto clima de gelo. Você se sente como o mala.

A não ser que você seja realmente um mala, talvez o problema esteja vinculado a algum incômodo criado no, digamos, acerto entre as partes. Um dia a ficha cai e vem a percepção de que você colocou água fria na fervura dos sonhos alheios. O que não quer dizer que tenha rolado uma "bola". Não, nada disso.

Um amigo viveu uma situação assim. Uma grande empresa interessada em gerar um case - eta expressão, digamos, fútil - convence o chefe de departamento de informática a implantar o sistema de gerenciamento de portal, com pouca tradição no mercado. Interessado em abrir portas, o chefe facilita o processo. Afinal, a tecnologia da grande empresa tem poucos especialistas no mercado. Pode abrir portas. O chefe de departamento vislumbra a possibilidade de um dia ter um cargo melhor em outra empresa e realizar outros projetos de consumo.

Tudo é feito então para adquirir a tecnologia. Só que na hora da implantação, você, como futuro usuário, entra no circuito. Então, começa a dar tudo errado. Aí, mermão, já fizeram um bonequinho de vudu de você e estão enchendo de alfinetinho.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Como ser um jornalista na internet

Para ser um jornalista online, você precisa conhecer quatro "coisas". Um designer. Um programador de sistemas. Uma empresa capaz de valorizar profissionais capacitados e de dar bons empregos para vocês três. E o mais importante: saber muito sobre comunicação e marketing e um pouco sobre design e tecnologia. Esta deve - ou deveria - ser a resposta padrão para pergunta freqüente feita por jornalistas, novos e antigos, interessados em atuar no novo mercado criado pela internet. Muitos deles imaginam que as portas digitais serão abertas por algum curso sobre as inúmeras tecnologias desenvolvidas para o desenho e gerenciamento de sites. "Tenho muita vontade de atuar em jornalismo na internet, e estou fazendo um curso de Dreamweaver", anunciam os abnegados candidatos a emprego minimamente digno nesta praia de muitas ondas nem sempre boas para surfar. Outros, constrangidos, contam em segredo: eu queria muito trabalhar na internet, mas não sei nada de informática. Menos imp

Quem matou o jornalista

Zélia Leal Adghirni A mídia não reflete a opinião pública. A sociedade pensa uma coisa e a mídia fala outra. E o pior: muitas vezes seleciona e reproduz só aquilo que coincide com os interesses políticos e econômicos do momento. O alerta foi dado pelo professor e pesquisador americano da Universidade do Colorado, Andrew Calabrese, durante o 29º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom), que reuniu, na semana passada, mais de três mil professores, alunos e pesquisadores em comunicação na Universidade de Brasília em torno do tema Estado e Comunicação. Calabrese fez graves criticas à mídia americana que, segundo ele, exagerou no patriotismo em detrimento da informação após os atentados de 11 de setembro de 2001. De acordo com o professor, o discurso da Casa Branca e da grande mídia passou a ser quase unificado. A mídia quis fazer uma demonstração de patriotismo e solidariedade e acabou abraçando a decisão do governo de invadir o Iraque sem o respaldo da opinião da opinião

Jornalistas serão substituídos por robôs?

Os jornalistas podem - e vão - ser substituídos por robôs?