Enquanto passeiam distraidamente pelo shopping, entre um amasso e outro, Amância e Paulo, adolescentes de 16 anos, nem imaginam que estão sendo monitorados. Não pelos pais, que estão no trabalho, despreocupados com os filhos no centro de consumo. O jeito como o par conversa, o interesse por determinadas vitrines, seus penteados, roupas e acessórios atraem a atenção de uma observadora muito especial. A mulher, Karen, publicitária, de 26 anos, sócia de uma agência, não olha apenas. Ela analisa comportamentos, avalia detalhes que conquistam os olhares e o modo de vestir dos adolescentes. Na mira da atenção está o objetivo de identificar o que não está explícito , como alguém que avalia uma fotografia com uma lupa, na busca obsessiva de detalhes que apontem sinais do futuro. O processo que envolve os adolescentes e a publicitária, ambientados no shopping, contextualiza a “caça de tendências” ou “cool hunting”, atividade que evolui no Brasil, com o surgimento de especialista...